sábado, 15 de junho de 2013


Comentários sobe o texto Corpos Amputados e Protetizados:
“Naturalizando” Novas Formas de Habitar o Corpo na Contemporaneidade de
Luciana Paiva




O texto de Luciana Laureano Paiva aborda uma questão bastante relevante
sobre a condição de indivíduos portadores de corpos amputados e
protetizados, buscando compreender os efeitos produzidos pela amputação
em seus corpos e na sua própria vida, bem como os sentimentos produzidos
pelo olhar dos outros em seus corpos amputados. O olhar daqueles
apontados pela sociedade como normais, perfeitos, eficientes, saudáveis e
belos.
Este trabalho tornou-se ainda mais proeminente por abordar
histórias reais, relatadas a partir de entrevistas com pessoas amputadas
e protetizadas que vivenciam o desafio diário de conviver sendo olhado
como diferente em uma sociedade onde prevalece o imperativo da aparência
e da juventude, que privilegia a eficiência e o dinamismo, onde o corpo
passou a ser visto como um artefato de presença que ostenta a
identidade do indivíduo, que será classificado e julgado a partir de sua
exterioridade.
Dessa forma, falar do corpo humano convoca-nos a
falar, a mencionar as tecnologias que dele se ocuparam no decorrer de
sua história. Estas tecnologias se que acoplaram ao corpo, invadindo
seus territórios biológicos, tanto externo como interno, assumindo
múltiplas formas e funções. São as próteses de toda natureza, máquinas
que estão cada vez mais presentes na vida das pessoas.
È
interessante destacar também que na busca da protetização, tanto o
trabalho do fisioterapeuta como o do protetista são de extrema
relevância, pois esses profissionais preparam o corpo do indivíduo
amputado para receber uma prótese, que passará a ser um acessório
pessoal em sua vida.
Retomo as palavras da autora para reforçar a
importância e necessidade da reflexão sobre a questão da amputação dos
corpos humanos, da busca da correção daquela imperfeição através do uso
de próteses e das transformações que o uso dessas próteses traz para a
forma de viver das pessoas na contemporaneidade. Ela afirma que para os
indivíduos com corpos amputados, o uso de prótese marca a mudança de um
estado de ser e de viver para outro, como muitos dos “rituais de
passagem” que se vivencia, como o nascimento, o casamento e a formatura,
entre outros. Para eles, a mixagem entre o orgânico e o artificial
surgiu como uma nova possibilidade de ressignificar a “morte” de uma
parte de seus corpos e de um estilo para renascer numa nova configuração
corporal, permitindo-se habitá-los novamente, aptos para uma nova vida..

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